Resenha | Rani e o Sino da Divisão - Jim Anotsu

Título: Rani e o Sino da Divisão
Autor: Jim Anotsu
Editora: Gutenberg
Páginas: 320
*Livro cedido em parceria com a editora

Sinopse: Quem não conhece bem Rani pode até achar que ela é uma adolescente comum, que mora em uma cidade do interior, acorda cedo para frequentar o ensino médio, e toca em uma banda de punk death metal com sua melhor amiga, Marina.

Só que sua vida começa a se distanciar totalmente da normalidade quando, um dia, ao ir para a escola, ela resolve cortar caminho pelo cemitério, onde vê um garoto estranhamente bonito, vestido com roupas coloridas e tênis fluorescente, que a olha de uma maneira intrigante. Mais tarde, para sua surpresa, ela descobre que Pietro é aluno novo em sua classe. Dias depois, ele revela a Rani que faz parte de uma turma de excluídos, chamados Animais de Festa, uma facção de jovens (e nem tão jovens) seres sobrenaturais. E mais: que ela deve se juntar a eles, já que é uma xamã adormecida que precisa de treinamento imediato, pois está sob a mira de Aiba, um xamã poderoso que se alimenta da força vital de seus semelhantes.

Cética mas curiosa, de repente ela se vê mergulhada em uma aventura com seus novos e estranhos amigos para encontrar o Sino da Divisão, o único artefato mágico capaz de derrotar o destrutivo e cruel Aiba.

Rani é uma adolescente de 15 anos que mora numa pequena cidade chamada Graúna. Apaixonada por música, a jovem toca em uma banda de punk death metal com sua melhor amiga, Marina. Em um dia aparentemente normal, ao ir para a escola, Rani resolve atalhar pelo cemitério da cidade, onde ela avista um garoto fluorescente, Pietro. Rani ainda não sabe, mas sua vida acabara de mudar, definitivamente.

Pietro é um vampiro que faz parte de uma facção chamada Animais de Festa, junto com sua irmã Valentina, o demônio Tales – filho de Lúcifer – e o lobisomem e cientista Fred. Além disso, o garoto revela para Rani que ela é uma xamã e que precisa de treinamento, pois Aiba, um poderoso xamã, está matando seus semelhantes, se alimentando da força vital deles, a fim de calar a música das esferas e despertar o Grande Espirito – que, se despertar, consumirá tudo o que existe para criar um novo universo.

Após descobrir toda a verdade, ou pelo menos metade, sobre sua vida, Rani embarca em várias aventuras no mundo sobrenatural com os Animais de Festa, com o intuito de encontrar o Sino da Divisão, o único objeto mágico que pode derrotar o temível Aiba.

"Então quer dizer que você pegou carona na mente de Aiba durante um sonho - murmurou Pietro - Não tenho a mínima ideia do que isso significa no longo prazo, mas você agora está oficialmente no radar dele"

A narrativa é contada em primeira pessoa pela própria protagonista e ,em alguns pontos da estória , ela parece conversar com o leitor. Além disso, a estória é dividida em três partes: Wenona, Ratamahatta e Ritual. O livro possui muitas referências literárias e, principalmente, musicais. Prova disso é que cada início de capítulo o autor colocou uma citação de uma música, cuja letra define exatamente o que vai acontecer no capítulo em questão. E por falar em capítulos, a narrativa apresenta uma quantidade grande, entretanto, são capítulos bem curtos que deixam a leitura fluir bem rápido – e não dá aquela vontade de parar no meio do capítulo.

Interatividade é uma frase que define muito bem Rani e o Sino da Divisão, uma vez que, ao longo da narrativa, o livro possui alguns conteúdos adicionais como um teste vocacional para descobrir de qual das três facções – Corte das Linhas, Invisíveis e Animais de Festa – o leitor pertence, dentre outros conteúdos divertidíssimos. Além disso, a protagonista, em alguns momentos da estória, faz uma anotação, um complemento daquilo que ela diz e uma seta sai do texto, abrindo uma caixa que contém essa anotação. Eu nunca tinha visto este recurso antes, achei bem interessante e ainda contribuiu para uma excelente diagramação.

Eu super recomendo este livro, ainda mais sendo de um autor brasileiro.

Até o próximo post, combinado?